ʚ “this is the way things are. you can't change nature.” .
ʚ com @zevlova .
ʚ em chalé de afrodite .
Mesmo que a irmã tentasse confortar Anastasia de alguma forma, permanecia pensando o que poderia ter feito para mudar a situação. Se tivesse segurado por mais um momento, se tivesse treinado ainda mais a musculatura (que já era desenvolvida), se tivesse controlado as próprias emoções... Parecia que tudo tinha dado errado para que não conseguisse segurar mais alguns segundos a mão de Melis e, por conta disso, a culpa estava corroendo a semideusa de dentro para fora. Por mais que desejasse ficar se lamentando, sabia que não resolveria fazer aquilo. Estava cansada de sentir pena de si mesma enquanto tinha tantos outros sofrendo. Por isso, já fazia mentalmente a lista do que faria assim que os feridos estivessem recuperados completamente e pudesse se preocupar em resgatar aqueles que tinham caído.
"Eu sei." A voz continha até mesmo certa irritação consigo mesma, sendo seguida por um suspiro de cansaço. Novamente, não estava dormindo muito bem e continuava passando muitas das noites em claro. Olhou para o próprio reflexo no espelho que tinha na sua mesa, encarando a cicatriz que fora deixada um tempo atrás. Mesmo com a ferida já fechada, ela continuava sendo uma lembrança para Anastasia. "Será que ela vai me perdoar pelo que aconteceu?" Voltou-se para a irmã, a voz contendo um leve som.
"Não vai mesmo?" A indecisão ainda era uma constante na vida de Anastasia. Tinha se acostumado a ser daquela forma desde que tinha nascido, sem nenhuma imperfeição visível. O máximo que tinha acontecido é ter uma espinha ou outra durante a adolescência, mas nada que impactasse diretamente a sua beleza. Mesmo naquela época, tudo que tinha considerado disruptivo no estado que se encontrava sumia com a magia de Afrodite, que não permitiria qualquer coisa que estragasse o rosto dos seus filhos. Agora, com a mãe sofrendo pelo desastre da festa, não tinha a certeza que ficaria bem. "Não sei, agora está estranhamente silenciosa. Esses dias, uma espinha nasceu em um dos meus irmãos e não sumiu." O tom indicava a preocupação de Anastasia. Não sabia muito bem o que estava acontecendo e o desastre que estava os esperando. Desde aquela noite, tinha uma sensação que coisa ainda pior os aguardava ali para frente. "Esse é diferente. Ele foi mais fundo." Nunca teve ferimentos daquela magnitude anteriormente. Mordeu o lábio inferior, presa nos próprios pensamentos.
Estava lidando com o passar dos dias do modo que dava e aguentava, afinal, foi fácil escolher um lado depois de tudo o que aconteceu, mas não foi nem um pouco simples lidar com os amigos naquele meio. Justo ele, que era sempre tão leal, agora desconfiava de cada passo que davam sobre o acampamento. Nastya foi uma das vitimas mais graves na luta que tiveram e não deixou de visita-la um dia se quer na enfermaria. Sabia que para ela, filha de Afrodite e totalmente ligada a aparência, seria mais complicado lidar com a possibilidade de uma imperfeição em seu corpo, a prova era o modo como ela falava a respeito e ele apenas ouvia. Compadecia daquela dor, era compreensível vê-la com aquele medo e insegurança. – Você sabe que uma cicatriz não vai te deixar feia, né...? – Ela até poderia saber, mas aceitar aquilo já era outra história. – Fora que sua mãe é Afrodite... Duvido que ela deixe seus filhos passarem por esse tormento. Ela com certeza dará um jeitinho nisso! – Tentou ser bem otimista conforme as palavras soaram com sinceridade. – Assim como não ficou sinal onde existia outros machucados, creio que seu rosto continuará o mesmo.
# ʚ♡ɞ STARTER para @d4rkwater em enfermaria .
Um sorriso apareceu nos lábios dela, que estava sentada na parte externa da enfermaria com o melhor amigo. Estava quase calmo depois do caos que aconteceu, mesmo que houvesse um clima de luto quase inato. Estar com o filho de Poseidon sempre parecia tornar as coisas mais fáceis, principalmente pelo tempo que se conheciam. "Eu sei, mas eu fico me perguntando, será que eu sou?" Os olhos não estavam sobre ele, já que encarava o horizonte. A perna balançava no banco que se encontravam, inquieta, sendo um reflexo de como a mente se encontrava. Toda aquela calmaria quase enfurecia ela, que desejava quebrar tudo e gritar aos quatro ventos como a vida era injusta. "Eu não sei se vou conseguir me olhar no espelho depois." A voz era baixa, fraca, uma vez que verbalizou o que estava pensando fazia muito tempo. Não sabia se aguentaria a vida sem o rosto perfeito. "Já tirei o curativo da perna e, graças à minha mãe, não ficou nenhuma cicatriz. Mas e se..." Sentiu as lágrimas invadirem a visão, mesmo que não escorressem pelo rosto machucado. O lábio ferido já havia se curado completamente, assim como os ferimentos mais superficiais. O rosto, no entanto, era um tópico muito sensível. "Se o meu rosto não for o mesmo?"
"Eu não ousaria se fosse você. Tenho certeza que Dionísio provavelmente ficará irado caso tenha que servir algo assim." E não estava mentindo. A maioria dos apreciadores de vinho, que realmente se dedicavam naquela arte, pareciam abominar a existência de vinhos suaves, uma vez que tinha bastante acréscimo de açúcar. Mesmo que Anastasia gostasse bastante de vinho, não sabia tanto a respeito dele. Se fosse sincera, a sua bebida favorita sempre seria um gin martini, mas sabia que poderia ser uma péssima escolha dependendo da pessoa. Até mesmo a forma com que a outra confirmava que não tinha aqueles traços de personalidade eram algo adorável a ponto que ficasse enjoada. "Eu sei muito bem disso. Ninguém com esse tipo de mente é só fofinha e doce." O comentário saiu de forma despretensiosa, não desejando se aprofundar mais do que aquilo no significado. Dificilmente acharia que qualquer pessoa resumiria pelo que demonstra às pessoas. Talvez Kitty fosse uma daquelas malucas que já viu tanto por aí. "Eu escolho o drink e você me diz o que acha, pode ser?" Virou-se para o bar e pediu um mojito, acreditando que poderia ser algo diferente que a filha de Hades não tinha experimentado. Mesmo que não gostasse nenhum pouco da outra, evitando a presença alheia por quanto tempo fosse necessário, Anastasia também cultivava a necessidade de agradar as pessoas ao mesmo tempo. Assim que o drink ficou pronto, ofereceu para a mulher em sua frente, o rosto sem expressão. "Não envenenei nem nada do tipo, antes que você tente recusar. Prove e me diga o que achou."
Desde que Anastasia namorava Sasha, Kitty não gostava tanto dela. Não sabia explicar como ou porque, mas sentia uma vibe estranha. Uma sensação de animosidade que parecia se esticar entre ambas. Nunca tinha dedicado tanta conversa para ela, porque não sentia que a outra estava interessada também. No entanto, se surpreendeu com a presença da outra no bar. Estava tão envolta no cheiro de bebida e na música que quase se esquecia do ambiente ao redor. Esquisitinha. O apelido soava meio amargo para a garota, mas não estava disposta a brigar. "Bem, com Dionísio por aqui, acho que deve estar mesmo bom." Não tinha como algo ao redor do deus dos vinhos ser ruim, pensava ela. Kitty se acomodou ao lado de Anastasia, porque ela parecia entender muito bem de bebidas. A filha de Hades, tendo pouca experiência fora do acampamento, não conhecia muitos drinks. Não era o tipo de coisa que costumava pesquisar em livros ou na internet também. Ela conhecia o que envolvia os drinks e as bebidas, mas pouco sabia do sabor. "Vinhos suaves são mais doces, não?" Quase abaixou a voz, com medo de ofender Dionísio com sua falta de conhecimento. "Cosmopolitan é muito forte?" Havia uma afirmação real por trás da questão: não queria ficar bêbada. Estragar seu visual e o belo vestido com álcool? não não. "Eu não sou tão fofinha e doce como todo mundo parece considerar, sabia?" Apesar de bem, ser fofinha e doce, Kitty gostava de descontruir a ideia sempre que podia.
Via como o outro não queria estar ali naquele momento e era o que divertia tanto a filha de Afrodite. Um pequeno sorrisinho continuava em seu rosto, em uma lembrança de como era fácil provocá-lo e tirá-lo do sério. Poderia fazer isso facilmente, caso ficasse entediada. "Com certeza. Acho que finalmente estou conseguindo tocar o seu coração novamente, meu amor." Tomou um gole do seu drink rosa e, quando observou o feixe elétrico, quase sorriu. Realmente, algumas coisas pareciam que jamais mudariam. Lembrava-se de ficar fascinada com os raios dele e como conseguia manipulá-los facilmente. Mesmo que ainda tivesse vontade de senti-los em uma forma que fazia o coração acelerar, não era mais nenhuma novidade para Anastasia. Havia certa animosidade em brincar com aquilo, assim como uma familiaridade inata. O colar dele estava presente em todas as lembranças que tinha, então era de se esperar que nutrisse até mesmo um afeto pelo objeto, mesmo tendo um caráter tempestuoso e inconstante. "Nunca precisei usar meu charme para isso, você sabe. Só preciso dar um sorriso e dizer o que você gosta de escutar." Um sorriso apareceu nos lábios dela, docilmente perigoso. Não assustava-se mais com Raynar, mesmo que ele insistisse que ainda poderia ter tal efeito nela. Poderia passar a carga elétrica pelo corpo dela e continuaria sorrindo para ele de forma provocativa, querendo levá-lo ao limite. "Não adianta ficar procurando Dionísio como se ele fosse ajudá-lo. Provavelmente está te ignorando de propósito. Ele adora um bom drama." Aproximou-se alguns centímetros do semideus, pensando quanto tempo levaria para que ele perdesse a paciência.
Raynar deixou aquela pequena esperança criar raízes dentro de si quando desviou o olhar e tentou captar a de Dionísio. Uma que permitia continuar no relativo anonimato. Quer dizer, no mais básico dos relacionamentos de conversa rápida e superficial. Contudo, assim como o deus não sentiu as adagas de seu olhar nas costas, Anastasia não pegou a deixa e o chamou. “ 🗲 ━━ ◤ Claro. ◢ Não teria o líquido, mas podia roubar os outros ingredientes da mesa. Pegou uma rodela de limão da mesa, rompeu a casca num ponto e mordeu metade do gomo. “ 🗲 ━━ ◤ Decidi usar a milenar tática da humanidade: oferecer um drink. É uma evolução e tanto do nosso usual, hum? ◢ E, para provar seu ponto, um pequeno feixe elétrico pulou de um ombro para o outro, fazendo acender as respectivas lâmpadas do colar. Os lábios teimavam em levantar, no sorriso que era mais ameaça do que felicidade em vê-la. A lembrança, ah a lembrança... A língua passada no lábio inferior e empurrando o canto da boca, irritado. “ 🗲 ━━ ◤ É de seu agrado? Ou vai usar seu charme para me deixar cordeirinho? Hm? Fazer o que você quiser. ◢
BIRDS of a feather .
trigger warning : morte && dor física .
Sentiu como se tivesse um peso que subia na cabeça e ia descendo para as pernas. Precisou piscar algumas vezes para identificar aquele lugar, principalmente porque estava em um passado tão obscuro que armazenou em uma parte da mente que não poderia ser facilmente acessada. Ali era onde os pesadelos começaram, quando tudo que poderia fazer era sentir as lágrimas escorrerem pelo rosto toda vez que sequer pensava no antes do Acampamento Meio-Sangue. Ela gostaria de ter tido mais tempo, mas estava novamente na mansão da família, embaixo da mesa que tinha visto o pai morrer. A respiração ficou pesada, o ar tornando-se difícil de entrar, mesmo que ofegasse. Tentava não pensar naquele momento, na falta que o pai fazia, já que, antes de ser reclamada e finalmente ser curada dos traumas, tudo que sentia era uma saudades que doía o peito. O luto destruiu Anastasia, a criança que tinha um pouco de chance de ser doce. Quando o genitor morreu, não havia mais nada para ela naquele mundo e, por muito tempo, acreditava que seria melhor desistir do que continuar vivendo.
Não era mais uma criança indefesa, no entanto. Tinha experimentado o mundo e, acima de tudo, lutado para que ganhasse e achasse o seu espaço. Os olhos não enchiam-se mais de lágrimas como antigamente e não havia mais um constante pesar nos ombros que impediam de prosseguir. Estava saindo debaixo daquele lugar quando sentiu o cheiro de sangue, repulsivo como lembrava. As mãos começaram a tremer inconscientemente e fechou os olhos com força, voltando-se ao lugar onde estava. Conseguia sentir a perna ficando molhada com o líquido vermelho, mas se recusava a encarar aquilo. Sabia a cena que encontraria: o corpo do pai, os olhos gentis e, ao mesmo tempo, aterrorizados com o fim que estava tendo, mas com um sorriso ao perceber que a filha não sairia do esconderijo e, assim, ficaria bem. Camada por camada, de indiferença para raiva para deboche, blindava-se da capacidade de expressar o que sentia e desenvolver vínculos afetivos com qualquer um. Era uma armadura que impedia que amasse e permitisse ser amada. Mesmo que os pesadelos jamais tivessem indo embora, encontrou forças na própria dor para que conseguissem seguir em frente minimamente. O que a assustava de vez em quando era perceber como esquecia aos poucos o tom exato do azul dos olhos do pai, assim como onde estavam as covinhas que tanto invejou e queria ter herdado. Não queria esquecê-lo e, por mais que tivesse uma foto ou outra, as lentes jamais capturavam corretamente o que ansiava saber. Ela não queria que a vida com o pai se tornasse apenas um fragmento.
— Nastya? Estamos aqui. — Escutou a voz de Maxime, o que fez com que abrisse os olhos novamente. A mesa tinha desaparecido, mesmo que continuassem na mansão. Não havia mais sangue, o que era estranho. Talvez tivesse imaginado aquilo. Como que tinha parado ali, de qualquer forma?
Um sorriso apareceu nos lábios dela, naturalmente feliz em encontrá-lo novamente, já que tinha sido uma das principais pessoas a fazer com que passasse pela sua fase nebulosa. Os olhos escaparam para as pessoas atrás dele, observando Bellami e Christopher, e ficou um pouco confusa do porquê todos estavam em sua antiga casa. Um carinho imediato invadiu o coração dela, já que aquela era sua família. Depois de tudo que tinha acontecido no passado, tinha achado novamente pessoas que poderia chamar daquela forma e que nutria um amor incondicional. Faria qualquer coisa por eles, independente do que fosse e sem nenhuma hesitação. Aceitou a mão estendida do conselheiro, pronta para ir embora do lugar que trazia memórias mistas em sentimentos. Queria chorar para ele e contar de como os pesadelos tinham sido desencadeados. Estava pronta para falar para todos irem embora juntos, a boca abriu, mas o som que foi escutado não era de sua voz.
Escutou o som que perseguia os pensamentos bloqueados, um grito que fazia com que acordasse quase todas as noites com um solavanco. Ele pareceu preencher cada canto da sala de estar e sabia que não tinha por onde escaparem.
Não era mais fraca, não tinha mais medo. Puxou a espada sem nenhuma hesitação. Pensava no pai e que, se tivesse a mesma habilidade que tinha atualmente, nada de ruim teria acontecido. Ela era boa. Ela era a melhor. Ainda sim, havia uma pequena parte de si que fazia com que o coração batesse aceleradamente e sentisse o interior chocalhar com uma ansiedade iminente. Segurou a espada mais forte, apontando em direção que o grito vinha.
— Podem ficar tranquilos. Sou incrível, acabo com ela em questão de segundos. Se quiser sentarem e observarem o show. — A voz saiu de forma bem-humorada e confiante, repleta da arrogância que, quem convivia com Anastasia, sabia que poderia facilmente enganá-la em um momento importante.
Tinha desenvolvido aquela personalidade depois de anos acreditando que não merecia nada do que tinha, já que havia perdido o que importava. Havia permitido que perdesse. Precisava não sentir como se fosse um eterno peso e, quando não teve mais aquele sentimento, uma nova filha de Afrodite foi colocada em seu lugar. Confiante, cheia de si, arrogante. Várias formas de encarar o mesmo objeto de estudo.
A harpia, no entanto, desprezava a peça de ouro imperial que Anastasia apontava para ela. Parecia simplesmente ignorar a presença da semideusa, os olhos presos nos irmãos. Tentou chamar a atenção dela com um grito, mas não foi o suficiente. Cansada daquilo, o corpo preparou-se para um ataque, então... Nada. Os irmãos pareciam despreocupados, já que a Bragança tinha prometido que protegeria eles. Por que deveriam se preparar para uma batalha no qual ninguém havia os chamado? Tentou mais uma vez, mais outra, porém as pernas pareciam imóveis, como se tivessem coladas no chão. Queria correr em direção a ela e mostrar o quanto era capaz de proteger as pessoas que amava, mas perdia as esperanças aos poucos. Quando a harpia finalmente levantou voo, os olhos claros arregalaram-se no mais profundo desespero e, antes que pudesse pedir para que se preparassem ou corressem, o monstro avançou neles impiedosamente.
Não duraram segundos e tudo que pode fazer foi observar. Os braços pararam de se mover, assim como as pernas. Tudo parecia rígido, mesmo que os olhos se movimentassem de um lado para outro, sendo obrigada a assistir aquilo. Assim que tudo acabou, a harpia pareceu decidir que já estava satisfeita e voou para longe. Nos rostos dos irmãos, a expressão acusatória e traída permanecia, já que tinha pensado mais em si do que neles. Como tinha permitido que não ajudassem? Como poderia não tê-los protegido? Novamente, estava sozinha, sem família. Caiu de joelhos, as lágrimas invadindo os olhos como não acontecia fazia muito tempo. A família que tanto amava, que tanto tinha construído, não restava mais ninguém.
Estavam todos mortos e era culpa de Anastasia.
Ela era fraca.
Fraca.
Fraca.
semideuses citados : @maximeloi && @thxbellamour && @christiebae
@silencehq
"Eu entendo totalmente o tédio, Damon. Da última vez que tive que ficar aqui, não foi a melhor das estadia." A semideusa sorriu, mas as lembranças vieram em sua mente, nada agradáveis. Lembrava das bandagens que cobriam o corpo, dos hematomas e como se sentia exausta a cada segundo. Ela se acomodou na cadeira ao lado da cama dele, observando-o com preocupação e um toque de afeto. "É verdade que ficar aqui não é exatamente a melhor das experiências, mas fico feliz que os curandeiros estejam fazendo um bom trabalho." Anastasia mordeu o lábio, de forma hesitante, tentando não demonstrar nervosismo quando ele pegou o biscoito. Sabia que não estava na melhor qualidade. Virou-se para ele, com um olhar mais sério e protetor. "Sobre o que aconteceu, não precisa se preocupar com os outros. Eu e os outros também fizemos o nosso melhor para ajudar. E fico aliviada em saber que você estava longe das ilusões. Todos nós passamos por momentos difíceis, mas estamos aqui uns para os outros, e isso é o que realmente importa." Tentou não pensar em Melis e em como tinha a deixado cair. Pensar naquilo não auxiliaria ela, então focaria a atenção naqueles por quem poderia fazer algo naquele momento. O olhar dela estava cheio de determinação e carinho. "Vamos nos concentrar em sua recuperação e em sair dessa enfermaria o mais rápido possível." Ela piscou, tentando levantar o ânimo dele.
As primeiras horas na enfermaria foram um borrão para Damon, pois ainda estava afetado pela pancada na cabeça e a pequena quantidade de veneno de Hidra que tinha entrado em seu sistema, mal se lembrava de ter recebido visitas tão logo depois de ser levado para a enfermaria. E, talvez, era desse momento que a filha de Afrodite estava falando, então soltou uma breve risada soprada enquanto aceitava os biscoitos que ela . "Sim, acho que eu ainda devia estar baqueado..." respondeu, retribuindo o breve abraço de Nastya. "Ah, estou me sentindo bem melhor! Os curandeiros aqui são bem competentes. Vou ter alta hoje ainda, mais tarde." informou, para apaziguar a preocupação da amiga.
"Não aguento mais ficar aqui, é tão tedioso." reclamou enquanto pegava um dos cookies que ela tinha lhe entregado e mordia um pedaço, tentando não fazer uma careta assim que o gosto estranho registou em seu paladar. "E eu fico feliz por você ter saído intacta daquela confusão toda." Damon se preocupava com seus amigos que também vieram parar na enfermaria assim como ele, mas também estava aliviado por muitos outros deles não terem sido enganados e feridos pelas ilusões.
Ouviu as palavras de Kitty com um misto de gratidão e desconforto. Os ferimentos, espalhados em seu corpo, eram uma consequência da coragem que tivera, impulsionada pela bebida. Estava levemente sonolenta em decorrência da quantidade de poção, o que fazia com que as sombras, mesmo presentes, não incomodassem ela como costumavam fazer. Quase apreciava a presença da outra, independente dos sentimentos conflitantes a respeito dela. Poderia culpá-la quanto quisesse, mas sabia que tinha sido sua escolha entrar na frente dela. Olhou para Kitty com uma expressão cansada, os olhos refletindo uma tristeza que não era apenas física. O corpo parecia cada vez mais pesado, mas um suspiro escapou dela. Talvez precisasse descansar ainda mais em breve. "Eu imagino. Não são todos os dias que somos atingidos por estrelas. Para ser sincera, sequer lembro quando isso aconteceu." A memória andava confusa, o que fazia também com que os filhos de Apolo ficassem ainda mais preocupados com o estado de Anastasia. O corpo permanecia cheio de bandagens, que a faziam ficar parada, algo que odiava. Queria sentir novamente o peso da espada e ensinar os campistas mais novos a empunhá-la mais facilmente. "Por que você se importaria?" Rebateu quase automaticamente, mas permaneceu em silêncio conforme escutava ela falar. Sabia que não era a melhor das pessoas com a outra, permanecendo constantemente em um estado de defensiva perto da semideusa. Talvez fosse aquele o momento de mudar aquilo e tentar entendê-la como não tinha feito anteriormente. E, mesmo que não fosse confessar em voz alta, até mesmo ansiava saber aquilo. Queria saber o porquê aquela mente era encoberta de poeira e sombras, o que tornava ela tão especial que não conseguisse adentrar ainda mais. "Eu... Entendo. De nada." As palavras soaram hesitantes, quase estranhas nos lábios, de uma forma até mesmo nervosa. Não costumava ficar daquele jeito durante conversas, sendo a que causava aquele efeito, mas culpava mais os ferimentos daquela reação, mesmo que soubesse que não era verdade. "Então, do que estávamos falando do baile mesmo antes de todo o caos mesmo?" Tentou puxar nas lembranças, porém eram mais um borrão que formas definidas. A destra, já curada, foi até a testa, coçando suavemente. Lembrava-se que desejava respondê-la do questionamento que tinha feito.
"É difícil." Respondeu, breve e seca, suspirando para tentar conter um soluço que ameaçava irromper pela garganta. Já tinha chorado demais por Flynn e tinha decidido a não derramar mais tantas lágrimas; não durante o dia, pelo menos, enquanto tentava ser uma pessoa funcional. Era conselheira de chalé. Tinha seus treinos para fazer e poções para tomar também, além de cuidar dos irmãos e verificar os amigos. "Doeu. Também foi esquisito. Nunca pensei em ser atingida por uma estrela. Mesmo para os padrões dos semideuses, parece algo estranho." Comentou, pensando que jamais olharia as estrelas de outra forma. Sempre olharia para o céu, temendo que uma estrela caísse em sua cabeça de novo. No entanto, naquele momento estava de dia e Kitty estava na enfermaria, meio sem graça ao lado de Anastasia, sem saber exatamente o que fazer ou como agradecer. "Por que você acha que não me importaria?" Indagou, virando-se para ela, um tanto na defensiva. A visão dos curativos, no entanto, rompia os muros erguidos e a levava novamente ao estágio de vulnerabilidade. "Você foi muito legal comigo. Além disso, me salvou. Você me mandou correr e por causa disso eu pude sair e ajudar outras pessoas. É muito valente. Por isso me importo com você também." Decidiu falar, honesta em suas palavras, sem conseguir olhar diretamente para Anastasia. Por muito tempo tinha apenas repelido a filha de Afrodite, replicando o comportamento que a própria parecia ter. Sempre houve algo estranho no ar, mas até aquele momento, Kitty nunca quis investigar de maneira mais profunda. "Obrigada, Anastasia."
O esbarrão, que veio do nada, fez com que ficasse subitamente confusa. Mesmo que tenha pressentido alguém se aproximando de maneira esquisita, Anastasia não teve muito tempo para reagir, desviando o suficiente para que não caísse. Demorou cerca de dois segundos para processar quem era e, ao fazê-lo, não soube muito bem o que falar. A situação entre as duas não estava das melhores, mesmo que antigamente costumavam ser inseparáveis. É claro que, ao longo dos anos, houve um estranhamento da filha de Afrodite com alguns amigos que nutria, ainda mais em decorrência do último rompimento. Olhava para eles como se não soubesse quem realmente gostava dela, não sabendo o que era verdade. Será que tinha implantado tudo aquilo inconscientemente? Não sabia ao certo ainda. "Certo." Desviou os olhos, a fala saindo esquisita. "Você se machucou?" Havia um leve tom de preocupação na voz, mesmo que fosse mais imperceptível, sendo mascarado pela uma grossa camada de indiferença.
˛ ⠀ ⠀ ♡ ⠀ ⠀𝒄𝒍𝒐𝒔𝒆𝒅 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓 𝒘. @ncstya ;
o quanto valia a pena ser instrutora? claro que gostava dos recém chegados, eram ótimos e tinham uma sede por conhecimento que até podia ser descrita como invejável. o problema era quando as coisas saiam do controle, com adolescentes cansados e assustados com o que estava acontecendo. controlá-los era mais difícil do que encarar uma hidra. como se não estivesse cansada o suficiente, sua turma sugava o restante da sua energia. consequentemente, tornava-se mais distraída, ao ponto de tropeçar em uma raiz de árvore e esbarrar em alguém a sua frente enquanto entrava na área dos chalés. ⠀⠀"⠀⠀pelos deuses, mil desculp...⠀⠀"⠀⠀parou assim que viu a figura em sua frente. anastasia parecia bem, na medida do possível, se é que tinha como. limpou a mão na calça, com a expressão neutra.⠀⠀"⠀⠀foi mal, eu 'tava distraída com outras coisas.⠀⠀"⠀⠀
# ʚ♡ɞ STARTER para @zmarylou em chalé de afrodite .
Assim que Mary veio pedir o favor a Anastasia, ela soube que não poderia negar. Como uma apaixonada por moda, sabia adaptar-se a diferentes ocasiões com looks que combinavam perfeitamente. Depois do que tinha acontecido, acreditou que precisava de um tempo para clarear a mente e distrair-se um pouco do caos que estava acontecendo para o lado de fora da sua porta. Não queria sentir como se os sentimentos estivessem presos na garganta, incapazes de saírem. "O que você está procurando no seu novo guarda-roupa exatamente? Tenho várias opções." Tinha aberto uma garrafa de vinho rosé e alguns aperitivos para que aquele momento fosse um pouco mais prazeroso para Mary, já que era uma grande decisão uma mudança. Não sabia de onde tinha vindo essa radicalização, mas Anastasia aprovava prontamente. "Talvez algo mais boho? Acho que combinaria por conta do seu cabelo." Pegou algumas opções do guarda-roupa gigante que mantinha em seu quarto, virando-se para mostrar para a filha de Zeus.
# ʚ♡ɞ 𝐘𝐎𝐔 𝐂𝐀𝐍𝐍𝐎𝐓 𝐆𝐄𝐓 𝐀𝐖𝐀𝐘 𝐅𝐑𝐎𝐌 𝐌𝐄 . Se você procura ideias de conexão com a Anastasia, abaixo do ler mais existem algumas pré-estabelecidas que pensei.
IMPORTANTE: Nenhuma possui gênero definido, pois Anastasia é bissexual e birromântica.
# AMIGÁVEIS .
( 001 ) . Foi uma das primeiras pessoas que encontrou no Acampamento. Diferente do que muitos pensavam, mesmo com tudo o que aconteceu, permaneceram juntos e, hoje em dia, são confidentes que contam tudo sobre o que estão pensando. @d4rkwater
( 002 ) . A pessoa pediu ajuda para que Anastasia fizesse alguma emoção desaparecer (pode ser o amor por alguém, tristeza ou raiva). Ao invés de apagá-la, a filha de Afrodite ajudou a pessoa a compreender o que estava acontecendo e como poderia superar o que estava sentindo. @misshcrror
( 003 ) . Realizaram alguma missão juntos e, mesmo que se odiassem, acabou garantindo o sucesso dela. Mesmo que não sejam os melhores amigos do mundo, vivem em um relacionamento que os dois permitem a mais extrema sinceridade um com o outro.
( 004 ) . Anastasia pode não ser a pessoa mais musculosa do mundo, mas definitivamente vê nessa pessoa alguém que deseja proteger. Como já passou por algumas situações que não foram fáceis de lidar, viu nela a possibilidade de evitar que passe pelas mesmas complicações.
( 005 ) . Ao contrário da última, alguém que adore desafiar Anastasia, levando ela ao limite. Mesmo que finjam que não gostam um do outro, sabem que se provocam em uma forma de carinho para que levem um ao outro no objetivo que têm.
# INIMIZADES && DESAVENÇAS .
( 006 ) . De vez em quando, Anastasia pode ser bem difícil de lidar, principalmente devido à arrogância e a constante decisão que quer estar certa. A pessoa pegou Anastasia deprezando algum de seus amigos, o que gerou em uma briga gigante entre os dois.
( 007 ) . Tudo começou com um jogo de xadrez, que a filha de Afrodite nem gosta tanto assim. Teimosa do jeito que é, apostou que ganharia, só que perdeu... O que garantiu que a outra pessoa agora pudesse chamá-la sempre que precisasse de algo (independente do que seja).
( 008 ) . A pessoa estava sentindo algo que não era muito certo (pelo menos, na cabeça dela). Olhou para o lado e, pronto, viu Anastasia encarando fixamente ela. Mesmo que a filha de Afrodite jure de pé junto que estava pensando em outra coisa, foi o suficiente para que a pessoa nutrisse um eterno desgosto por Anastasia.
# ROMÂNTICAS .
( 009 ) . Mesmo que o trauma do primeiro namoradinho tenha passado, Anastasia cometeu o mesmo erro com a pessoa. Estavam tão apaixonados, tão dedicados um ao outro... E, então, ela se sabotou novamente. Sentia-se como se era errado estar tão feliz, talvez estivesse projetando isso na pessoa. Terminou achando que estava manipulando a pessoa o tempo todo.
( 010 ) . Era apenas um envolvimento temporário... Pelo menos, foram o que disseram. A verdade é que se tornou uma coisa mais frequente, com os dois dormindo juntos e acordando sorrindo um para o outro. São apenas dois amigos se divertindo, eu juro!
( 011 ) . Como uma boa filha de Afrodite, Anastasia capta o interesse da pessoa, seja pela sua habilidade com a espada ou pela sua beleza. A verdade é que já pegou a pessoa olhando para ela algumas vezes, mas nunca comentou, achando que era apenas mais um efeito de ser filha de quem era.