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Florescer - Blog Posts

4 months ago

“Nos Interstícios do Pertencer: Entre a Busca e o Florescer”

Assim como os seres vivos dependem de um ambiente adequado para seu desenvolvimento e sobrevivência, nós também, em nossa jornada, buscamos, a cada etapa, encontrar nosso habitat ideal. Um espaço que nos abrace, nos permita crescer, evoluir, conectar. Mas, e quando esse espaço parece distante? Quando nos sentimos perdidos, deslocados, como se a nossa essência não coubesse onde estamos? Não é a dor do não pertencimento uma sombra silenciosa que nos persegue, que nos faz questionar: “Onde é o meu lugar? Por que não consigo encontrar o meu?”.

Essa frustração, muitas vezes profunda e esmagadora, nos leva a uma encruzilhada: insistimos em permanecer onde não somos vistos, onde a respiração parece faltar, onde a luz se esconde? Ou, finalmente, nos permitimos a busca pelo nosso verdadeiro espaço, aquele onde o ar é mais leve e o ser se expande?

O emocional, por vezes, nos mantém aprisionados a ambientes que não nos cabem, a lugares apertados, dolorosos, onde não somos nutridos. Mesmo sabendo, no fundo, que esses lugares não são nossos, insistimos. Buscamos a aceitação que nos parece escapar, como um vento fugaz. Mas será que, ao insistir, não estamos, na verdade, nos afastando de nossa própria evolução? Será que o pertencimento que tanto almejamos não está, de fato, em aprender a nos encontrar, antes de buscar um lugar que nos abrace?

Talvez, a dor do não pertencimento seja, na realidade, uma oportunidade disfarçada. Uma chance de refletir sobre o que realmente precisamos para crescer, para florescer. Não seria, então, o desconforto uma porta que se abre para a liberdade de ser quem somos? O crescimento começa muitas vezes quando nos vemos desafiados a sair dos espaços apertados, a questionar o que nos mantém estagnados.

O verdadeiro pertencimento não se encontra onde há sufocamento, mas onde há liberdade para ser. Talvez o maior desafio seja olhar para dentro e perguntar: “Onde estou me perdendo em busca do que já me pertence?” O lugar onde somos capazes de crescer não é o que outros definem, mas aquele que nós, com coragem, escolhemos abraçar.

E se o verdadeiro pertencimento não fosse uma busca fora de nós, mas uma construção interna, algo que se desvela à medida que nos permitimos florescer no espaço que é nosso por direito? Talvez, no fim das contas, o maior pertencimento seja o que encontramos quando nos libertamos das amarras que nos prendem ao que não nos cabe. É, talvez, no espaço vazio do desapego, que podemos finalmente ser, e sentir, que pertencemos.


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